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Foto: Jader Benvegnu (Arquivo Pessoal)
Nesta semana, começaram a circular nas redes sociais imagens de gafanhotos "gigantes" que apareceram em cidades da Região Central e deixaram moradores intrigados. Os insetos, de uma espécie que tem a cor verde e cerca de 15 centímetros de comprimento, já foram vistos em áreas urbanas de Santa Maria, Toropi, Santiago e Nova Esperança do Sul.
O fotógrafo Jader Benvegnu, que vive em Nova Esperança do Sul, já viu três gafanhotos em sua casa. O primeiro apareceu na semana passada e os outros dois nesta semana.
- Em nenhuma das situações eles se alimentavam. Eles mediam entre 10 e 15 centímetros. Relatos dão conta da existência em toda região, entretanto, sempre são vistos isolados - afirma o fotógrafo.
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Já Guilherme Mostardeiro, morador de Toropi, conta que, na rua em que mora, vários vizinhos já notaram a presença dos insetos e todos ficaram alarmados com o tamanho. Mas, por lá, os gafanhotos também foram vistos apenas isolados, sem formar nenhum grupo.
O QUE FAZ COM QUE OS INSETOS APAREÇAM?
De acordo com o professor do curso de Engenharia Florestal da Unipampa, Fernando Felisberto, os gafanhotos em questão são da espécie Tropidacris cristata grandis e são nativos do Brasil. Como o próprio nome diz, é comum que atinja tamanhos considerados grandes para insetos, chegando até a 20 centímetros. É o maior gafanhoto do mundo.
- Há registro da presença dessa espécie principalmente na região Norte e Nordeste do país. Aqui no Rio Grande do Sul, sabemos que essa espécie também existe, mas sempre viveu escondida. Seu habitat é em matas, arbustos, vegetações, não costuma aparecer muito em ambiente urbano e se alimenta de folhas em geral - explica o professor.
A espécie não forma nuvens, como aquelas registradas na Argentina e que preocuparam agricultores gaúchos no ano passado. Sendo assim, os insetos nasceram na proximidade do local onde foram localizados e não é comum que eles se desloquem em grandes distâncias.
- Não são gafanhotos migratórios. Eles podem sim voar um pouco e se deslocar por distancias menores. Não tem como saber exatamente o motivo do aparecimento atípico desses animais agora, mas é provável que estejam com falta de alimento em seu habitat natural ou alguma perturbação. O clima seco e quente também pode favorecer - analisa.
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Segundo o professor, apesar de não serem migratórios e não formarem nuvens, quando há um surto de gafanhotos da espécie, é possível que sejam registrados danos em lavouras, como já aconteceu em outros estados. Até agora, nenhum prejuízos às plantações foi contabilizado por causa da presença desses insetos na região. Mas, a Secretaria Estadual de Agricultura segue atenta e monitora todas as informações.
- Por enquanto, o que temos são casos pontuais, mas nós sempre monitoramos as situações envolvendo gafanhotos. Depois da aproximação das nuvens no ano passado, as pessoas têm ficado mais atentas quando aparecem gafanhotos, o que é bom, pois temos um controle maior. Mas, neste momento, não é preciso se preocupar - destaca o fiscal agropecuário da Secretaria Estadual de Agricultura, Juliano Ritter.
A orientação em caso de aparecimento atípico de gafanhotos é que a população comunique o setor relacionado ao meio ambiente da prefeitura de seu município. A atenção maior deve ser em caso de surgimento desses insetos em áreas de plantações, uma vez que o gafanhoto é considerado uma praga da agricultura por seu poder destrutivo. Em geral, eles não oferecem risco à população, segundo os especialistas.